Rodamoinho e uma idéia


“Uma câmera na mão, uma idéia na cabeça”. Com essa breve sentença, um baiano de Vitória da Conquista enunciou o que viria a ser um novo cinema nacional. Um cinema que pensava a sociedade brasileira e a realidade do subdesenvolvimento. Um cinema brasileiro que, voltando-se para a realidade de seu povo, ganhou projeção e reconhecimento internacionais. Esse baiano se chama Glauber Rocha, e há exatamente 30 anos, no dia 22 de Agosto de 1981, ele deixou de vez essa terra.  Como o próprio havia previsto, morreu aos 42 anos - o inverso da idade que tinha o “Poeta dos Escravos”, Castro Alves, quando da sua morte.

Sua vida foi uma indignação constante. Nunca conformado com a situação do país e do mundo, com tanta injustiça, tanta miséria. Nunca conformado com a situação do cinema, preso às amarras industriais, à formas estabelecidas. Inconformidade até com a própria obra, que reinventou a cada instante - jamais satisfeito com um resultado de sucesso.

Esse sentimento de revolta, essa pulsão revolucionária - presente a todo instante, inspira o Coletivo Rodamoinho a agir. E, 30 anos após a sua morte, nos voltamos para sua obra, mergulhamos nela, revendo idéias, conceitos e propostas – muitas até hoje inexploradas e inovadoras. Voltamos-nos a essa obra, no entanto, não apenas para relembrar algo que passou, mas como forma de pensar, refletir e agir sobre o hoje. Buscando no passado, referências para a transformação do presente.


Da Fome ao Sonho. Um Cineasta. Uma Retrospectiva. Muita Indignação. Transformação. Criatividade.

Se (des)acomodem, tomem (saiam de) seus lugares, pois a sessão vai começar!

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